Um ano sem óculos!

Acho que já deu pra perceber que sou cheia de lembrar e “comemorar” todos os tipos de datas, seja aniversário, número de posts ou “há quanto tempo tal coisa aconteceu” (infelizmente as vezes faço isso com coisas tristes também).

Quem me conheceu nos últimos nove anos talvez nem saiba que eu usava óculos. Me lembro até hoje do dia em que saí do consultório do oftalmologista com os olhos cheios de lágrimas pois teria que usar óculos. Eu tinha nove anos e meu grau de miopia era 0,25 em um olho e 0,75 no outro, pouquinho, né? Pois infelizmente, daquele dia em diante o grau só foi aumentando, aumentando e aumentando. No começo eu não usava muito o óculos, tinha vergonha, achava que não precisava, vivia apertando os olhos para enxergar. Mas chegou um momento em que não dava mais para ficar sem. Lá pelos 3 ou 4 graus eu já morria de vergonha de ter lentes “grossas”, comparadas as lentes das amigas de meio ou um grau, as minhas eram grossas mesmo.

Aí eu entrei na fase do vicio pelo óculos, não tirava pra nada! Não gostava de ir à piscina ou à praia porque precisava ficar sem. Não tirava foto sem, pois me achava “estranha” e até entrava no chuveiro de óculos!

Depois de um tempo comecei usar aparelho, aí a coisa começou me incomodar mais do que antes, na minha cabeça não tinha pior coisa do que usar óculos a não ser usar aparelho também.
Com 15 anos coloquei lentes de contato e elas viraram parte do meu corpo, eu só não dormia com elas, pois incomodava demais. Nessa época eu já estava com uns 5 graus e era impossível usar óculos, olhar pelos cantos e ver tudo embaçado. E fui levando e a cada ano aumenta um grauzinho, meio. Esperava ansiosamente pelos 21 anos, quando o grau deveria se estabilizar. Pois fiz 21, 22 e nada de estabilizar. Quando cheguei ao ponto de não conseguir mais enxergar a hora no relógio ao lado da cama decidi que iria operar o quanto antes. Fui fazer os exames e mesmo sem estabilizar resolvi operar, estava com mais de 8 graus em cada olho e para mim foi a gota d’água. Memso que o grau “voltasse”, como dizem algumas pessoas, para quem tinha oito, ter um ou dois não era nada.

A cirurgia foi muito tranqüila. As pessoas sempre me perguntam receosas se a cirurgia é ruim, se dói. Pois para mim a cirurgia foi a parte mais fácil. Tomei um calmantezinho que ajudou bastante e a cirurgia em si não deve ter demorado 10 minutos. Confesso que o cheirinho do laser queimando o olho não é muito agradável, mas só sente quem quer. Eu fique curiosa e dei uma respiradona na primeira vez, na segunda prendi a respiração, hehehe. Quando estava me preparando para a cirurgia me disseram para não ficar muito ansiosa, pois o tipo de cirurgia que eu faria (LASEK), nao dava resultados imediatos, portanto eu não sairia enxergando. Como meu grau era alto, quando eu levantei da mesa de cirurgia já estava enxergando MUITO melhor. Eu sentia que estava com um, no máximo dois graus.

Os primeiros cinco dias de recuperação são bem chatinhos, tem que pingar vários colírios, várias vezes ao dia e qualquer tipo de luz incomodava. Eu ficava a maior parte do tempo deitada mesmo. Minha visão só melhorou conforme o tempo foi passando, hoje enxergo perfeitamente, “como se estivesse de lente”. Mas é bem melhor, não tenho mais que me preocupar com lentes vencidas, fungos, nem limpezas.

Posso dizer que minha vida realmente mudou depois dessa cirurgia, tenho uma preocupação a menos, todos os dias. E recomendo a todos que tem vontade, pois o pequeno desconforto da cirurgia não se compara com o resultado que ela proporciona!